A Escola de Criatividade esteve presente no Summit Jovem Sicredi com a comunicação, a criatividade, o compartilhamento de histórias e a arte na favela por Kenni Rogers.
O Summit Jovem Sicredi que ocorreu entre o dia 21 e 22 deste mês, contou com algumas atividades da Escola de Criatividade em sua programação. Levamos histórias incríveis no 15×15 Diversifique-se, atividades como open space e integração entre os jovens. Longe de um evento tradicional, nós depositamos a confiança na arte e na música, que embalaram os dois dias de criação e compartilhamento.
A Escola de Criatividade acredita que a juventude precisa de histórias inspiradoras e oportunidades para ser transformadora, desenvolvendo projetos de impacto no mundo. Para isso, no 15×15 contamos com Myria Tokmaji e Simone Freire – você pode conferir suas histórias aqui; Rubi Delafuente e Fabiana Saad que você lerá em breve em nosso blog. E no meio de 4 mulheres incríveis, o bendito fruto: Kenni Rogers que você conhece agora, ao longo destas linhas recheadas de palavras formadoras de inúmeros sonetos.
O tecido artístico de Kenni Rogers
Kenni Rogers carrega em todos os seus tecidos orgânicos e exteriores a arte. Ele respira todas as prosas que lhe permitem o conhecimento e expande os horizontes da literatura moderna e contemporânea. Mas, mais do que isso, Kenni pede licença para entrar e ficar em qualquer mundo que respeite a diversidade, que deseje um salve pra quebrada, um salve para a comunidade, um salve para a periferia, um salve para todas as crianças em situação de rua e um salve para todos os jovens em situação de acolhimento do Brasil.
“Não sou eu que estou aqui hoje.
É a periferia.”
As periferias urbanas do Brasil, abrigam mais de 30% da população. Favelas, periferias e comunidades – todas com dimensões físicas completamente diferente da classe média e alta, e também com dimensões simbólicas e culturais que lutam sempre para se integrar no ambiente “sociedade”.
Somos acostumados a olhar a periferia apenas como seu território geográfico, com olhares ora generosos, ora oportunos e muitas vezes preconceituoso. E dentro dessa temática, a sociedade em si e especificamente as crianças em situações de vulnerabilidade tornam-se seres desprovidos, em nosso pré-conceito, de qualidades subjetivas, sempre carregando um tom moralizante, de superação e sobrevivência. Porém, que tal vestir a camiseta que Kenni Rogers vestiu: a empatia?
Ainda dá tempo de começarmos a enxergar uma cultura não folclore das comunidades que abrigam a população vulnerável do Brasil. Estabelecendo a hierarquia de que, a comunidade não carrega só violência, tráfico e descaso. Ela carrega pessoa e com elas uma cultura de acolhimento e sonhos. Quando deixamos a favela falar por si, ser apresentada pelos próprios sujeitos realizadores dela, damos a oportunidade de uma forma autoral de apresentar o seu próprio modo de vida abusando da arte e claro, da cultura.
Para moradores da periferia curitibana, a cultura bateu na porta e ficou com Kenni. O objetivo do projeto é levar a arte para esses lugares desprovidos de atenção. Segundo Kenni, “a periferia é a cidade, não é a margem. A periferia faz parte de Curitiba e por isso eles têm o direito do mesmo acesso que nós. Criança não é de rua, ela vive em situação de rua”. Com o objetivo de mudar a realidade de conceitos, Kenni começou seu trabalho de recuperação e valorização da autoestima, criatividade e proatividade das crianças da favela, e assim, muitas crianças começaram a gostar da leitura, da escrita, da música e do teatro.
“Nós só conseguimos tirar as
crianças da situação de rua,
se damos a oportunidade a elas de se desenvolverem”
Mostra Literatura Paraná
A favela fez a literatura acontecer na Mostra Literatura Paraná, em oficinas e aulas que ensinam sobre literatura, música e arte. O projeto é amplo e inclui street art, música, teatro, humor, fotografia, oficinas, atingindo todos os gostos e ganhando o público. Todo o projeto apresenta de maneira honesta o que é uma comunidade periférica. Escritores em carne e osso abraçaram essa causa e foram compartilhar suas escritas com os pequenos sonhadores que descobriram na literatura um caminho de oportunidades.
Miguel Sanches Neto, Luci Collin e Luís Henrique Pellanda, foram alguns dos escritores que ajudaram as crianças a desenvolverem a habilidade com a palavra e a poesia.
O tema do Summit Jovem Sicredi era diversidade e inclusão, e para fazer jus ao que acreditamos: a criatividade para todos, Kenni Rogers, Myria Tokmaji, Simone Freire, Rubi Delafunte e Fabi Saad estavam lá para inspirar pessoas a criarem, a ousarem e a mudarem, obviamente, o mundo, com seus projetos e ideias.