Projeto sustentável desenvolvido na Indonésia preza pela preservação dos corais e ecossistema.
Em 2017, a Unesco divulgou que 29 recifes de corais na lista de Patrimônio Mundial estão sofrendo ameaças existenciais, e sua perda seria devastadora ecológica e economicamente. Essas ameaças surgem com o aquecimento global e pelo descuido humano em relação à natureza, como a exploração excessiva de áreas, o acúmulo de lixo e o desmatamento.
Os corais dos mares e a floresta tropical marítima de modo geral, protegem comunidades costeiras de alagamentos e erosão, sustentam negócios de pesca e turismo. Além disso, abrigam grande quantidade de vida marinha. Na Indonésia, essa realidade não é diferente: por longo tempo, os corais foram a grande característica turística e econômica na nação sudoestina Asiática.
Porém, um hábito cultural fez com que o país gerasse desleixo em relação à vida marinha. Até a alguns anos atrás, o país não utilizava o plástico, culturalmente as pessoas compravam os produtos e usavam apenas embalagens naturais, providas pela natureza, como por exemplo, folhas de bananeiras. Essas embalagens, pós uso, eram simplesmente jogadas na rua, na praia ou no mar, por serem biodegradáveis. Assim, a geração de lixo era mínima. Mas, não existia uma educação ambiental e com o avanço da indústria e dos produtos, o plástico começou a fazer parte da sociedade e consequentemente o hábito de jogar embalagens no chão, gerou um aumento da produção de lixo, junto com o descuido em relação a área urbana e natural, ocasionando um grande acúmulo de lixo e um problema socioambiental do país.
Esse é apenas um de vários cenários que levam a vida marinha aos prantos. O aquecimento dos oceanos é uma ameaça para os recifes, além de tornar episódios mais frequentes de branqueamento de coral, um fenômeno quando temperaturas mais elevadas fazem com que algas fotossintéticas, que fornecem alimentos e cor aos corais, saiam, deixando os corais brancos.
Na Indonésia, corais foram esquecidos e assim começaram a sofrer com essas interferências e descuidado. Até que em 2000, iniciou-se o projeto BioRock na costa de Bali, trazendo uma esperança na reconstrução de recifes de corais e do ecossistema.
BioRock
Baseada na descoberta do arquiteto marinho alemão Wolf Hibertz, o projeto usa uma estrutura de metal eletrificada, servindo de estímulo para o crescimento do ecossistema. Com ela, os corais podem crescer de duas a seis vezes mais rápido do que em superfícies naturais. A apenas alguns metros da beira do mar, sob as águas límpidas do Oceano Índico, ela se mostra como uma gigantesca lombada, coberta de corais e por peixes tropicais, demonstrando ser mais uma obra artística, sendo um projeto inovador que atraiu atenção turística do mundo todo e colocou a causa em evidência.
Além da tecnologia, criatividade e inovação, o projeto é visto por ambientalistas como uma forma de reparar os recifes de corais e a vida marinha. Desenvolvendo a estratégia criativa e artística para chamar a atenção da sociedade que também passou a ser colaborativa na ação de salvar o Planeta. Criando assim, uma comunicação verdadeira e assertiva para solucionar problemas, impactando positivamente a natureza e ao mesmo tempo, contando histórias.
Fotos: Victoria e Sérgio de Carvalho.
O BioRock foca na interação social para ajudar a proliferar a salvação do Planeta, com ênfase nas novas gerações promovendo a educação ambiental. Utilizando da criatividade como ferramenta de convergência e tecnologia.
*Este texto foi sugerido pelo brasileiro Sérgio De Carvalho, morador de Nusa Penida na Indonésia que nos enviou inspirações e curiosidades sobre o BioRock*