Antes atributo equivocadamente associado apenas a artistas, músicos e profissionais ligados à arte em geral, a criatividade é percebida como um fator que pode transformar e potencializar os resultados de empresas de todos os setores. E não é de hoje. Em 2010, uma pesquisa do Instituto IBM for Business Value realizada com 1.500 CEOs em 60 países e 33 setores diferentes, identificou a criatividade como a competência número um para a liderança.
Essa pesquisa transformou-se em um relatório conhecido como “Capitalizando com a Complexidade” e mostrou que os CEOs identificaram três necessidades gerais para a liderança. A primeira, como administrar organizações que respondem à complexidade do mundo. A segunda, como administrar organizações para que sejam adaptáveise resilientes a tantas mudanças. E a terceira, uma necessidade prioritária, como promover a criatividade como cultura nas organizações. E como resposta básica: reposicionar por completo o papel da liderança.
Dez anos se passaram, e o mundo está mais complexo, veloz, mutante e incerto. Talvez a única certeza: mudança. E a criatividade desponta ainda mais como a principal habilidade em diversos rankings e pesquisas de inovação empresarial. Não à toa, afinal inovação depende essencialmente de pessoas e seus talentos, e não necessariamente de muita tecnologia e dinheiro.
No livro Out of Our Minds, de Sir Ken Robinson, um dos maiores nomes em educação para criatividade no mundo, comenta sobre John Chambers, presidente e CEO da Cisco, que descreve como, há alguns anos, ele passou de líder do front para o líder do meio da organização. A Cisco aposta em liderança e gerenciamento muito mais distribuídos e ativos, para que possam ser mais responsivos e orgânicos. As pessoas de diferentes níveis da organização têm muito mais autonomia para tomar iniciativas. Há mais colaboração e comunicação constante entre eles. Ao invés da tradicional liderança de comando e controle, os colaboradores da Cisco chegam ao seu líder com propostas, ideias e obtém escuta ativa não apenas de seu CEO mas de todos os demais líderes. “Se você deseja inovação e criatividade, precisa aproveitar os sentidos das pessoas, suas percepções, idéias, energias e paixões”, completa Robinson. Afinal pessoas estão lá para serem movidas, motivadas e não tão somente comandadas.
O papel de um líder criativo não é e nunca será de ter todas as idéias.
O papel de um líder criativo não é e nunca será de ter todas as idéias. É preciso ter a humildade para quebrar velhas convicções de centralização de poder. Um líder criativo sabe valorizar seu capital humano e os talentos diversos de sua equipe. Um líder criativo não precisa ter todas as respostas. Mas tem a obrigação de criar uma cultura em que todos possam ter ideias, soluções e sentir que são valorizados. Sentir que são criativos e que podem contribuir. A criatividade, muito mais do que uma técnica ou um modismo para alguns, é um estado de espírito. Redescobrir os hábitos criativos que perdemos com o tempo e com a vida adulta e colocá-los em prática, possibilita ampliar as possibilidades e a identificação de oportunidades, tanto na vida pessoal quanto profissional. E no ambiente corporativo, depende de lideranças que a cultivem. Liderar de forma criativa não tem a ver com força. Tem a ver em liderar para criar ambientes de confiança criativa para todos.
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No The Leadership Way, curso cocriado entre Escola de Criatividade, Evolv e ODGI, o Caminho da Criatividade vai questionar velhos hábitos e padrões e a exercitar mudanças de atitude. A prática da liderança criativa possibilita aos gestores aumentar de maneira significativa a capacidade das suas equipes e liderados de encontrar novas soluções para velhos problemas, a partir de abordagens que ampliem a confiança e a capacidade de agir de maneira inovadora.