O documentário disponibilizado pela Netflix “Minimalism: a documentary about the important thing” narra o estilo de vida de Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus, dois amigos cansados do universo capitalista que procuraram transformar suas vidas em amar pessoas e usar coisas, não ao contrário.
Sabemos que há muito tempo o fenômeno “consumismo e capitalismo” não é exclusivo dos Estados Unidos, a forma política e econômica se espalhou por muitos países do mundo, inclusive o Brasil. Afetando de forma preocupante o orçamento das famílias e fazendo com que o significado de uma vida com qualidade se perca em meio a pessoas e coisas. Eis que, surgiu o minimalismo, que é explicado no documentário “Minimalism: a documentary about the important things” (Minimalismo: um documentário sobre as coisas importantes), disponível na Netflix, nos mostra como podemos construir uma vida com mais qualidade e menos quantidade.
Criado em 2009, o The Minimalists é motivo do lançamento do livro Minimalism: Live a Meaningful Life que descreve como Joshua e Ryan trocaram a vida atribulada de empresários e excessos para uma vida com mais significados. O livro foi sucedido por outros dois: Everything That Remains, de 2014 e Essential: Essays by The Minimalists, lançado em 2015. Os dois, já expandiram o assunto, palestrando em Harvard Business School, Apple, Google e SXSW.
Ok, mas o que é o minimalismo e como isso é criativo?! Com esse novo estilo de vida, é possível viver com menos e olha só: incentiva a nossa criatividade a planejar a vida com mais simplicidade e qualidade. O minimalismo não é simplesmente se abster de tudo ou doar tudo o que se tem, vai muito além do que o ato em “se desfazer” de coisas. O ponto forte, é que nós aprendemos o velho clichê de valorizarmos o que realmente vale a pena.
É uma simplicidade voluntária, libertando de padrões de consumo excessivos e de tudo que não reflete em quem você é. Conduzindo a um desenvolvimento pessoal, através das nossas escolhas. Uma nova forma de depositar sonhos, ideias e criatividade, pois, viver com menos ativa os átomos sensoriais da nossa imaginação, nos trazendo alternativas e possibilidades.
“O consumismo não é o problema – o consumo compulsivo é o problema. Todos precisamos de algumas coisas materiais, mas os minimalistas valorizam na verdade mais as suas posses porque apenas têm coisas que dão valor às suas vidas” – Joshua Millburn.
O movimento é sobre focar no que realmente importa, como por exemplo, passar mais tempo com a família ou buscar um emprego no qual é possível ter maior satisfação. Foi o que fizeram os amigos de infância Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus. Assim como Joshua, Ryan também resolveu largar uma estabelecida carreira no varejo e um cargo no qual ganhava 50 mil dólares para viver com mais satisfação e menos coisas. Os amigos escreveram sobre os cinco anos que se passaram desde que tomaram essa decisão, e viajaram por 10 meses pelos Estados Unidos para promover o livro.
“É sobre ter um moletom de qualidade do que um guarda roupa cheio de moletons que não uso” – Joshua
No documentário, há ainda iniciativas de pais minimalistas que ensinam como introduzir o conceito para suas crianças, como o Minimalism Parenting e o Clutterfree with kids. Carregando sempre a ideia de “não é ser radical” e tirar da criança todos os brinquedos que ela adora, por exemplo. O objetivo é, na verdade, mostrar a ela quais objetos faz sentido manter e, principalmente, que há muito mais na vida do que ter e acumular coisas.
Entre as iniciativas que incentivam o minimalismo, o documentário cita mini casas sobre rodas criadas por uma empresa de Portland e também soluções para pequenos apartamentos, que tornam plantas extremamente flexíveis com o intuito de utilizar ao máximo o pouco espaço disponível, comercializadas pela LifeEdited.
Com a tecnologia e a nossa nova era, nós conseguimos consumir coisas com muita rapidez, seja no ambiente on-line ou off-line. O resultado de tudo isso é a criação de uma indústria de armazenamento de objetos: na falta de espaço em casa, basta alugar um contêiner para colocar as aquisições. Tá vendo o mundo criando coisas das quais nem precisávamos e agora passamos a precisar? Faz sentido? Ou será que estamos ficando alienados de mais quando o assunto é: ter e pertencer.
Ter menos é ser mais e talvez esse seja o segredo não para a felicidade, mas para uma vida mais leve, onde descobrimos o verdadeiro valor das coisas e das pessoas. O estilo de vida minimalista, tem como principal objetivo nos mostrar como podemos ser criativos consumindo menos e como podemos ser mais humanos, valorizando pessoas. Entendendo que nós devemos usar coisas e amar pessoa, não ao contrário.