Esse texto é para você que precisa se perceber e perceber o mundo em sua volta, HOJE.
Não vivemos mais no mundo que conhecíamos. Acho que todos estão cientes disso. Estamos diante de uma mudança de era, onde ninguém e nada será mais o mesmo depois do surgimento da COVID-19. Mas, primeiro é preciso entender que precisaremos aprender a viver e desenvolver nosso trabalho não no mundo pós COVID, mas no mundo com COVID. Relatórios, analistas, futuristas e tendências apontam para uma virada de página aos seres humanos em todo planeta que afetará a forma como estudam e também como trabalham.
O Fórum Econômico Mundial em seu mais recente relatório de outubro de 2020, em meio a pandemia e mudanças sem precedentes do mundo do trabalho e da educação, lançou um alerta e um chamado:
O alerta da necessidade de uma revolução, a Reskilling (requalificação) e Upskilling (Aprimoramento) revolution. Uma revolução necessária para capacitar, requalificar e conscientizar pessoas de todas as áreas a adquirirem ou despertarem habilidades cruciais e emergenciais para garantirem sua relevância nesse mundo mutante. O chamado? Impactar aproximadamente 1 bilhão de pessoas até 2030 com foco no desenvolvimento de habilidades humanas, principalmente àquelas negligenciadas pela educação formal.
No Brasil, o sistema educacional formal não dispõe das metodologias e didáticas necessárias para atender a essa demanda, e ao contrário, mantém velhos alicerces de uma escola que não evoluiu e hoje ensina conteúdos e didáticas de décadas atrás. E isso se reflete no trabalho, com profissionais pouco habilitados para as necessidades no ambiente profissional, um país pouco inovador na prática e com sérias carências na qualificação de seus recursos humanos.
Como garantir aprendizagem e o desejo de aprender a estudantes e profissionais apenas contando com uma educação tradicional engessada no século passado?
O chamado para essa revolução de habilidades, dependerá de uma revolução na escola, na educação corporativa e na forma como aprendemos e compartilhamos conhecimento. Não se trata de reforma nos sistemas educacionais, se trata de uma revolução educacional. A era da criatividade, da colaboração e da inovação já estava em curso há algumas décadas, mas muitas escolas e empresas resistiram a ela. Entretanto, agora ela chegou como uma necessidade de sobrevivência dessas organizações e bateu forte na consciência de pais preocupados com o futuro de seus filhos, onde uma geração inteira já está sendo chamada de Generation Pandemials. Não apenas como irão trabalhar, se relacionar e obterem relevância profissional, mas como irão se desenvolver como pessoas, seus propósitos e darem o melhor de suas habilidades e talentos.
A criatividade se torna o ativo mais valioso para esse novo ambiente do trabalho. Máquinas e humanos dividirão cada vez mais espaço e a exponencialidade tecnológica é inevitável. Mas ao mesmo tempo em que a tecnologia se torna parte de nossas vidas e nos ajudam a agilizar processos, evitar trabalhos repetitivos e nos conectarmos com o mundo, nunca houve tanta oportunidade para os talentos humanos que trazem competências cognitivas extremamente avançadas que apenas o cérebro pode trazer. Inventividade, improviso, visão estratégica, persuasão e comunicação, poder de liderança e inteligência emocional são os atributos mais valiosos nesse mundo digital.
Mas uma revolução só acontece com coragem e atitude. Cabe a nós, seres humanos, resetarmos nosso sistema operacional primeiro, darmos um upgrade em nosso modus operandis de agir e pensar como indivíduos para em seguida revolucionarmos nossas instituições, escolas e negócios.
Parece utópico.
Porém, é possível, afinal uma grande revolução começa pouco a pouco, com micro revoluções individuais em casa, na comunidade, na sua cidade. E quando ganha o mundo, não tem volta.