15 minutos para 4 mulheres compartilharem como é ser figura feminina no mundo, na tecnologia, na inovação e principalmente na arte de fazer acontecer: o empreendedorismo.
“Quando finalmente pisou no Brasil, saindo do aeroporto de Curitiba depois de tantas horas cansativas de viagem, Myria Tokmaji tremia de frio”. Este é o trecho inicial do livro-reportagem “Deslocados” do jornalista Luis Izalbert que começa sua narrativa com a história de Myria, a primeira refugiada Síria a falar em 15 minutos no Mulheres Extraordinárias que ocorreu na noite do dia 22 de abril.
Em 15 minutos, Myria dividiu uma pequena parte de como foi todo o seu processo de construir uma nova vida após a guerra, compartilhando o lar com todos nós, brasileiros. A designer de 28 anos viu sua cidade virar pequenos pedaços de pedras, dividindo a rotina com bombas e apenas meia hora de luz a cada dia.
Ela veio de Alepo, uma cidade que segundo ela “parecia São Paulo, Alepo não dormia e agora não restou nada do que ela era”. Junto dela, em âmbitos diferentes e para lugares diferentes, 8 milhões de pessoas fugiram da guerra para renascer em algum outro canto do mundo.
No Mulheres Extraordinárias ela compartilhou alguns de seus muitos passos para recriar um novo trabalho, uma nova morada e vida. Compartilhou que do design gráfico agora ela desenha e faz jóias, e como ela mesma gosta de definir “em meio a tanto sofrimento, eu redescobri sonhos e novos talentos que me fazem hoje, ser quem eu sou e enfim, ter uma nova vida, marcada por lembranças e dor, mas acobertada de muita vitória”.
“Mulheres fazem cerveja há muito tempo” – Suelen Presser
É verdade! Até a Idade Média, a cerveja era produzida por mulheres responsáveis pela bebida mais rica em ingredientes. E foi com este discurso que Suelen Presser, fundadora da Cervejaria Klein nos mostrou em 15 minutos que o lugar da mulher é onde ela quiser.
Suelen Presser é empreendedora, chefe de cozinha, atleta e segundo ela em suas veias, não corre sangue, corre cerveja. A beer sommelier, que começou a fabricar cervejas em casa, trabalhava com pescados quando resolveu se dedicar profissionalmente e abriu a Cervejaria Klein, apostando sempre na combinação da gastronomia com a cerveja.
Os processos de fabricação, como se harmonizam as cervejas especiais e como é seu nascimento: começo, meio e fim é sempre explicado por Suelen, embaixadora e porta-voz da marca de cervejas.
“Eu respiro cerveja,
eu amo cerveja,
eu vivo cerveja e eu só penso em cerveja”
Tudo começou em 2007 com uma panela – Suelen ajudava seu marido na brincadeira de fazer cerveja: “Eu gostava de beber vinho, e não cerveja. Eu não gostava do sabor. Realmente, antes de começar a fazer cerveja elas não tinham gosto, por isso eu não apreciava tanto. Depois que as produções começaram a dar certo e eu percebi que as cervejas tinham uma identidade, tinham algo a mais, eu comecei a me apaixonar”.
Foi em uma cozinha e com uma panela que a construção de um sonho de montar a Cervejaria Klein, começou, incluindo muito estudo, pesquisa e claro, sofrimento.
“Nessa época eu já tinha dois filhos
e trabalhava em outro negócio,
no ramo de pescados, trabalhava na praia,
em Guaratuba (PR), e era cervejeira em Campo Largo (PR).
No primeiro momento fiquei com as duas funções e depois que a cervejaria abriu, não tive mais como.
Hoje meu trabalho é exclusivo na Cervejaria Klein”.
Roupas contam histórias
Mariana Basseti, fundadora Artha Atelier: moda essencial e alma, contou a narrativa de sua história de maneira leve e acompanhada de alguns risos, ela não deixou de fora os perrengues que a trouxeram até o hoje: tornando-se empreendedora, idealizadora e estilista.
Desde criança Mariana tinha um sonho de fazer roupa, fazer moda. Então, ela foi crescendo e se moldando para conseguir realizar esse sonho, cursou design de moda, estudando o que precisava e depois, quando ela saiu da faculdade, Mariana e o marido decidiram abrir um empreendimento que na época, eles pensavam que estariam mudando o mundo da moda.
Apaixonados pela ideia, um grande erro de muitos empreendedores, Mariana achava que iria criar as roupas mais descoladas do mundo, que fosse competir com, por exemplo, Farm, Osklen e tantas marcas inalcançáveis na originalidade da moda. Mas, claro que a realidade não foi nada igual ao imaginário e os perrengues vieram muito mais do que o sucesso.
Mariana nos deixava claro em suas falas que nem sempre você consegue fazer seu sonho virar um negócio. Depois de muitas lágrimas e tentativas falhadas, sempre tentando se reinventar como marca e conceito, um belo dia, como em um conto qualquer, alguém entra em contato com ela pedindo um vestido de noiva.
Na cabeça da Mariana a ideia era brega. Desenhar vestidos de noivas estava bem longe do que ela havia planejado para sua vida como estilista, mas ela topou devido a sua necessidade no mercado. E com isso, surgiram outros pedidos e outras demandas, até que ela começou a perceber que conseguiria desenhar e fazer o clichê do casamento, de forma diferente, longe do conceito “brega”. Entendendo a essência da pessoa para colocar nos tecidos.
Ela tinha um negócio e suas noivas a levaram ao pódio da moda: surgindo seu ateliê que conta histórias por meio de tecidos e costuras. Hoje, Mariana faz 200 vestidos de noivas no ano, reconhecendo que basta conseguir enxergar e colocar a história de cada pessoa em cada vestido.
Escrevendo e costurando emoções
Na comemoração do atelier de 10 anos, Mariana abriu um concurso onde as noivas puderam contar suas história e com uma curadoria foram selecionadas 10 narrativas que se tornaram vestidos. E cada história com sua própria emoção que você pode conferir no teaser desse movimento:
https://vimeo.com/297023028/e7e037f0f0p
Você está preparado para um soco no estômago?
“O discurso da Escola é que a criatividade é para todos, que qualquer pessoa é capaz de desenvolver sua criatividade. E quando conhecemos a Simone, percebemos que não. Nós não estávamos estimulando a criatividade de todo mundo. Isso porque ela falou para nós, que no Brasil, existem 45 milhões de pessoas com alguma deficiência.” Este é o relato da Lívia Kohiyama que apresenta a última mulher a contar sua história em 15 minutos: Simone Freire, ativista pela acessibilidade digital.
Apesar do nosso grande desenvolvimento social, sabemos o quanto falhamos quando o assunto é acessibilidade. Tendo direitos não cumpridos, falta de recursos, estruturas, pedagogia e inclusão social de modo geral. Ainda assim, na crise cultural e social em que vivemos, temos o pouco percorrendo em corda bamba para a extinção. Porém, a humanidade ainda carrega alguns seres que tentam diariamente mudar este cenário. A ativista e fundadora da ONG Web para todos, Simone Freire, é uma dessas pessoas.
Os fatores da vida de Simone a levaram a criar empatia a sensibilidade, visibilidade e acessibilidade digital à pessoas com alguma deficiência. Ela começou a perceber que pessoas especiais não conseguiam ter facilidade com o universo digital. Assim, ela fundou a ONG Web para todos, um lugar em que ela trabalha para facilitar isso, sensibilizando pessoas e empresas a terem os seus serviços digitais com formas acessíveis.
O movimento Web para todos têm como atuação a mobilização, educação e transformação da sociedade em relação à acessibilidade na web. “Na plataforma on-line do movimento, “há o compartilhamento de experiências (boas e ruins) que as pessoas com deficiência tiveram ao navegar em sites brasileiros – a partir desses relatos, os especialistas entram em contato com as organizações para conscientizá-las sobre a questão e direcioná-las à área de Educação da plataforma; além da troca de conhecimento entre organizações (públicas e privadas), especialistas e a sociedade em geral, em uma área em que cartilhas, vídeos, links de referência, fóruns, entre outros conteúdos colaborativos impulsionam o processo de transformação digital” – essa foi a maneira que Simone encontrou e se colocou empática para fazer de fato, um mundo melhor para todos.
Você pode conferir o trabalho que o movimento e a Simone realizam, no próprio site da Web para todos: http://mwpt.com.br/
E se você quiser saber mais sobre o que rolou no 15×15, acompanhem a Escola de Criatividade nas redes e no site e fique por dentro do próximo Dia Mundial da Criatividade.