Criativos todos somos. Nascemos criativos.
Porém usar ou não usar a criatividade, é uma escolha pessoal. Claro que trata-se de uma habilidade estrangulada por anos e anos de bloqueios e padrões impostos por todo lado em nossa infância e juventude… e o restante também. Que nos tirou a confiança e o hábito de sermos autorais.
Mas mesmo assim, ainda somos criativos. Humanos são criativos por toda a vida. Mas continuamos com o livre arbítrio de usarmos essa habilidade ou não. A decisão de resgatar e usar seu potencial criativo é toda sua. E esse é o primeiro passo. Aliás, o mais importante. Se entender como criativo. E arriscar.
Mas não é um bicho de sete cabeças. É preciso readquirir alguns hábitos que deixamos de lado como:
Ser curioso,
Usar a intuição
Fazer perguntas ousadas
Não ter medo de errar
Se adaptar às mudanças
Se comunicar de forma autêntica
Hábitos que são quase como músculos a serem exercitados de imediato e constantemente para que possamos ser geradores de ideias. Mas, ainda assim, apenas ideias não bastam.
Além de criativos, precisamos nos tornar realizadores, produtores criativos.
Criativo x Produtor criativo
Uma pesquisa da Harvard Business Review mostra que as empresas estão cheias de ideias, afinal são compostas de pessoas. Entretanto, uma média de apenas 20% das ideias são compartilhadas, testadas e aplicadas nas organizações. Uma média muito baixa para que a inovação aconteça. Um pouco disso certamente em função de falta de confiança, de autonomia e de liderança para a inovação.
Outra pesquisa da Adobe (State of Create) explica um pouco o porquê disso. Praticamente 75% de cinco mil profissionais entrevistados em países como França, Inglaterra, Suíça e Espanha, dizem que se sentem mais pressionados a serem produtivos ao invés de serem criativos. E somente 1 em 4 pessoas dizem que estão utilizando seu potencial criativo no trabalho.
Portanto, para que ideias se tornem projetos, processos e inovação, é preciso unir as pontas. A criatividade e a produção. Desenvolver hábitos criativos como rotina e colocá-los em prática. Transformar ideias em produtos e serviços criativos que gerem valor e negócio.
Para isso vão aí algumas dicas que acreditamos serem fundamentais:
Para ter uma boa ideia
- Para ter uma grande ideia, tenha várias antes. Dê tempo e vazão às ideias e depois selecione aquela que resistiu à tempestade.
- Esqueça o gênio. Não busque a perfeição ou apenas aquela ideia genial. Ela talvez nunca aconteça. Foque apenas em achar uma boa ideia. Ela pode se tornar grande.
- Desaprenda. Entre numa linha de quebrar velhas convicções e modelos antigos, antes de criar. Somos presos a velhos padrões e uma ideia apenas com base nos padrões e convicções conhecidas pode não ser uma boa ideia.
- Tente desaprender para aprender.
- Defina sua ideia principal. O que ela é, porque é valiosa e o que entrega.
- Que problema ela resolve na prática. E como?
- Que canais e público ela se encaixa e atende.
- Onde ela é imbatível?
Para se transformar em um produtor criativo
- Atenção e intenção. Não apenas atenção total na ideia mas também intenção em realizá-la.
- Não, obrigado. Diga não a procrastinação e a outros trabalhos e ideias – que são sedutoras – mas que vão atrapalhar a produção criativa.
- Defina horários do seu dia onde se considera mais produtivo e dê total foco na produção dessa ideia nesse período – todo dia.
- Coloque metas de execução da ideia para se auto-regular.
- Compartilhe, compartilhe, compartilhe sua ideia. As pessoas não vão roubá-la de você. Você precisa de feedback, críticas e apoio para lapidar.E até pra eventuais parceiros e investidores.
- Se permita errar. Não pense que aquela ideia inicial que você definiu continuará da mesma forma que previu. Ela irá mudar e se ajustar. Mas pra isso você precisa se arriscar, experimentar diferentes abordagens.
- Experimente na rua. Teste de forma pequena, barata e simples no mercado e com potenciais usuários. Nem que seja pra sua família e amigos apenas. A ideia precisa ser colocada à prova.
- Certifique-se que sua ideia possa ser também adaptável a diferentes contextos, cenários e necessidades. Pois em um mundo mutante, instável e veloz, adaptação é vida.
- Comunique-se. Sem comunicação, sua ideia será somente sua. Se só você a entende, ou percebe sua aplicação como solução, será apenas sua. Comunique-se verdadeiramente e sinta as percepções das pessoas.
- Entregue e monitore seu negócio ou projeto. Você o conhece melhor que ninguém e poderá fazer mudanças e ajustes.
E parta pro próximo.