O tema da nossa programação no Summit Jovem Sicredi era diversidade e inclusão. Por isso, Rubi Delafuente estava em seu lugar de fala que lhe permite ser mulher, transsexual e acima de tudo, humana.
Fevereiro de 2017 e quem lembra do caso Dandara dos Santos? Morta brutalmente, Dandara foi vítima da violência e da transfobia. O Brasil é o país com o maior número de violência e homicídio a travestis e transsexuais – o preconceito social é tão inflamado que afeta tanto o âmbito da vida pessoal como o âmbito no mercado de trabalho.
Publicado pelo G1, uma pesquisa não governamental feita pela Transgender Europe (TGEU), alertou que entre 2008 e 2014 mais de 600 pessoas transexuais foram mortas no Brasil. Além disso, nosso país é até hoje, considerado o mais homofóbico e transfóbico do mundo. Os números mostram que 59,35% das denúncias em relação a esse preconceito social, são contra lesões corporais, 33,54% são contra maus tratos; tentativas de homicídios totalizaram 3,1%, com 41 ocorrências.
Assunto sério, certo? Não há nada de inovador em ser preconceituoso e é para isso que Rubi Delafuente nos calou no Summit Jovem Sicredi: nos ensinando sobre perseverança e a luta diária com preconceitos estipulados por nós: a sociedade.
O tema do evento com a programação da Escola de Criatividade era inclusão e diversidade – para representar e dar voz a esse discurso, Rubi Delafuente esteve presente para compartilhar sua história de vida e falar sobre a inclusão de transexuais, travestis e transgêneros no mercado de trabalho e na vida, de todos nós.
Sobre como precisamos evoluir no processo de empatia na busca de um mundo inovador e melhor. Vítima de preconceitos por ser uma mulher transsexual, Rubi hoje é educadora, socioeducadora e agente de saúde – rejeitada pela família e utilizando por um tempo a prostituição como mecanismo de sobrevivência, por falta de oportunidades no mercado de trabalho, ela conta em meio às lágrimas sobre o difícil caminho de sermos quem quisermos no mundo, mas o grande valor de sermos.
Percorrendo por um longo tempo os maus bocados da vida e no tempo que morou na rua, desenvolvendo seu processo de reciprocidade, decidiu que não queria mais que homens e mulheres trans fossem vítimas e excluídas da vida social e do mercado de trabalho e por isso, depois de conseguir um dos seus primeiros trabalhos como mulher-trans, colaborando em um evento, Rubi criou o projeto Trans Missão, em São Paulo.
Sobre fazer a diferença e a limonada com os limões, hoje, Rubi é responsável pelo projeto que capacita pessoas trans profissionalmente e com o propósito de inseri-las no mercado de trabalho, tornou-se referência no país com mais de 50 homens e mulheres sendo agenciados desde então.
“Eu consigo entender pelo preconceito que essas pessoas passam
E por isso eu consigo me aproximar delas
e trazê-las para um mundo de oportunidade”
No 15×15 Rubi Delafuente representou toda a diversidade que o mundo precisa, nos ensinando que nossos corpos e nossas regras, e o nosso lugar é onde quisermos que seja. Vamos deixar o preconceito de lado e fazer um mundo melhor? A inovação é feita pela diversidade, igualdade de direitos e inclusão: faça sua parte, seja como empresa ou pessoa física.
*A Escola de Criatividade defende o direito de todos e repudia qualquer ato de preconceito ou violência ao universo LGBT*